terça-feira, 27 de maio de 2014

Reconhecer na cultura um papel político central na Europa

"(...) A questão mais controversa que eles colocam aos cidadãos e aos responsáveis políticos que somos é, muito simplesmente: queremos viver numa Europa sem alma?
Nós devemos escutar esta interpelação. A própria ideia de Europa começou por ser defendida por gerações de escritores, artistas e intelectuais. São eles que tiveram a coragem e a lucidez de querer a união dos povos, mesmo na altura em que se dilaceravam. Hoje, devemos prestar atenção àqueles que são os seus herdeiros e mostrarmo-nos, nós próprios, dignos dessa herança.
Se esta interpelação nos é lançada agora, é porque a Europa chega a um momento chave da sua história, que compromete o seu futuro como terra de cultura e de criação. No plano económico, evidentemente, porque a Europa acaba de enfrentar uma crise, da qual estamos agora a sair, mas que teve consequências desastrosas sobre o financiamento à criação em toda a Europa. No plano tecnológico, devido à emergência do digital que revoluciona, em todos os países, os modos de difusão mas também de produção e criação. Por fim, no plano político, porque corremos o risco de ver, nas próximas eleições europeias, o surgimento de forças políticas populistas que ponham em causa a própria ideia de Europa.
Face a estes riscos, não devemos ceder ao cansaço europeu. Nós devemos afirmar a nossa vontade de renovar, com o que se encontra no seio do projeto europeu e da sua ambição politica. Estamos convencidos: é, antes de mais, através da cultura, que se define a consciência europeia. É através da cultura que a Europa é uma realidade vivida aos olhos dos seus cidadãos e uma fonte de orgulho para os seus povos. E é, ainda hoje, nessa Europa, que os europeus se podem encontrar. Face às dificuldades, embora possa surgir a tentação de a afastar, só a cultura pode reunir, só a cultura pode ser o lugar onde se manifesta uma solidariedade renovada entre Europeus."

A surpresa doméstica na noite eleitoral foi Marinho e Pinto. A não surpresa foi a abstenção recorde

Há sempre tempo para passar em filas para comprar bilhetes para jogos de futebol, mas não há 5 minutos para exercer um direito que custou tanto a ganhar. 
Há também que explicar aos portugueses a importância destas eleições, a importância dos assuntos e das leis que são debatidas no Parlamento Europeu. Infelizmente, não há consciencialização acerca dos assuntos da UE.


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Estavam mais de nove milhões inscritos para votar nas eleições europeias e escolher os 21 eurodeputados que vão representar Portugal no Parlamento Europeu. Mesmo contando com a chamada abstenção técnica (diferença entre os eleitores inscritos e os que realmente se encontram no local), mais de seis milhões não se deram ao trabalho de ir votar, o que resultou numa taxa de abstenção superior a 65%, a mais elevada de sempre. Não é propriamente uma surpresa, mas é o facto mais relevante da noite eleitoral. Ao contrário do apelo que foi feito por Cavaco Silva, os portugueses continuam a olhar para as europeias como eleições que não têm impacto directo no seu dia-a-dia. E a forma como foi feita a campanha eleitoral — pouca discussão sobre temas europeus e muitos insultos — não ajudou a mobilizar o voto.
A fraca participação dos eleitores não retira legitimidade aos resultados, e o vencedor das eleições foi o Partido Socialista. Tendo sido a força política mais votada, a percentagem de votos conquistados e a diferença face à Aliança Portugal permitem aos socialistas reclamar uma “grande derrota da direita”, mas não uma grande vitória do PS. Uma grande vitória foi aquela obtida em 2004, quando também concorria contra uma coligação PSD/CDS e conseguiu 44,53% dos votos. O resultado de ontem não permite a António José Seguro antecipar o calendário eleitoral. Seguro prescinde da moção de censura — que, dado a maioria PSD/CDS no Parlamento, teria apenas um valor simbólico — e atira uma decisão de antecipar eleições para Cavaco Silva. Mas os resultados não têm expressão para que Belém possa interromper a legislatura.
O PS não conseguiu capitalizar o voto de protesto contra o Governo. Mas os partidos que apoiam o Governo são bastante penalizados pelo voto de protesto. A Aliança Portugal (coligação PSD/CDS) não chega aos 30%, sendo que nas eleições anteriores de 2009 o PSD sozinho tinha conseguido 31,71% e o CDS 8,36%.
E para onde foi o voto de protesto? Bastantes terão com certeza ido para o MPT – Partido da Terra de António Marinho e Pinto, que foi a grande surpresa da noite. Recusa que lhe seja colocado o rótulo de populista, mas foi o discurso antipolíticos e anti-sistema que lhe terá rendido bastantes votos. O outro grande vencedor foi a CDU, que vê a direita a perder, consegue travar o PS, como ainda reduz o Bloco a uma posição quase insignificante.
No conjunto da Europa, a direita do PPE ganhou, embora com um resultado muito inferior ao obtido há cinco anos, sendo que os socialistas se mantiveram como a segunda grade família política. Confirmou-se uma invasão do Parlamento Europeu por mais de uma centena de eurocépticos, sendo o caso mais preocupante para quem acredita no projecto europeu o da Frente Nacional, que ganhou as eleições em França com base num discurso de recusa do euro e de fechar o país à imigração.


sexta-feira, 16 de maio de 2014

Futebol da Semana



Parabéns ao Beto e ao Sevilha pela Liga Europa. Disse, em Sevilha, na eliminação do Porto, a quem estava comigo, e a alguns sevillistas que iria torcer por eles. Fico triste pela minha família e amigos benfiquistas...os verdadeiros benfiquistas...mas acabo por ficar feliz pelos espanhóis. (E também porque aquele hino do Sevilha é das coisas mais bonitas que já ouvi na vida. (Gracias amigos del Erasmus :p)

Não o escondo. Como ano passado não escondi a minha tristeza, não tanto pelo Benfica mais uma vez, (que indubitavelmente merecia ter ganho), mas sim pelos meus amigos e familiares vermelhos (são muitos). E ao contrário do Sevilha nunca consegui gostar do Chelsea, ainda para mais da maneira como ganhou.. fiquei mesmo triste.

Quanto a estúpida conversa do "torcer ou não" por equipas portuguesas rivais no estrangeiro, esqueçam essa discussão. Há em todo lado quem queira o pior para os seus adversários.

Não sei se houve gente, dizem-me que sim, portistas e de outros clubes a festejar na rua, a derrota do Benfica. Se houve acho isso, completamente RÍDICULO. Uma coisa é ficar contente, outra coisa é ir comemorar para a rua.

... Não sabemos se caso os resultados do Porto tivessem sido negativos nas ultimas finais, iríamos ver também alguns estúpidos a buzinar.




Final da Champions: Não há muito a dizer. Atletic Atletic Atletico de Madrid.
Gosto do Atlético desde o primeiro dia que fui ao Calderón ver um Atlético de Madrid - Porto em 2009. Gosto do ambiente, dos adeptos, muito mais fervorosos do que os do rival, gosto desta equipa e deste treinador. E gosto do Tiago.

Espero, que consigam o título contra o "meu" Barcelona, e que no sábado sejam Campeões da Europa no nosso país.

Que me perdoem os portugueses do Real.