sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Feliz dia de la Constitución España!



Los españoles son iguales ante la ley, sin que pueda prevalecer discriminación alguna por razón de nacimiento, raza, sexo, religión, opinión o cualquier otra condición o circunstancia personal o social.

Artículo 14 Constitución Española

Assim notícia o Mundo a morte de Madiba



















Daniel Oliveira sobre a ligação portuguesa, a de Cavaco a Mandela

"Estávamos em 1987, e o mundo pressionava a África do Sul para libertar Nelson Mandela. Um homem que o Departamento de Estado norte-americano considerava "terrorista" e que Portugal não via com especial simpatia. Por essa altura, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, com 129 votos a favor, uma resolução de solidariedade com a luta do ANC e dos sul-africanos, que incluía um apelo para a libertação incondicional de Mandela. Alguns, poucos, países estragaram a festa, faltando com o seu voto. Um deles foi os Estados Unidos, então presididos por Ronald Reagan. Outro foi o Reino Unido, que tinha ao leme a amante da democracia e da liberdade, Margaret Thatcher. 

E o outro foi Portugal, que tinha como primeiro-ministro o mesmíssimo Cavaco Silva que hoje se comove com as "verdadeiras lições de humanidade" do homem que, por pressão internacional, saiu, sem rancor, de 20 anos de cativeiro sem a ajuda de quem hoje tanto celebra o seu legado. 

(...) Bem sei que havia, como ainda agora há, uma enorme comunidade portuguesa na África do Sul. Tal como hoje, em Angola, isso, ou os nossos interesses comerciais imediatos, ou as relações estratégicas, ou qualquer outra posição interesseira, foram sempre razão última para a nossa diplomacia jogar pelo seguro e calar a sua solidariedade com quem sofre. Postura com que muita gente concorda. Estão no seu direito. Escusam é de, no dia em que os heróis se finam, fazer telediscos comentados sobre a coragem de quem nunca mereceu a sua solidariedade."

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Cidade Maravilhosa

Ir ao Rio de Janeiro era um sonho de menina. Aquelas imagens das novelas da Globo, das pessoas a correr no calçadão, da água da côco, do Cristo Redentor, e da base do Aeroporto de Santos Dumond apaixonam qualquer um.

Há um ano e pouco, consegui concretizar esse sonho. Conhecer os bairros...desde o Leblon, a Copacabana, passando por áreas mais afastadas da praia mas muito genuínas, como a Lapa, a Favela de Santa Marta, ou o bairro de Santa Teresa. Tal como esperava fiquei encantada.

Como diz a música, a "cidade é mesmo maravilhosa, e cheia de encantos mil". 

Os côcos, as empadas árabes na praia, as caipirinhas, a picanha do Garota de Ipanema (que fui com a Lu no ano passado <3), os sucos naturais, a feijoada de sábado...é tudo delicioso no "coração do Brasil".

As vistas e as paisagens?! A vista do Cristo Redentor contínua a ser a mais bonita que vi na vida e as paisagens..as do Rio são mesmo incríveis. Não há adjectivos que as possam descrever na perfeição.

Voltei lá este fim de semana mas infelizmente este ano o Rio recebeu-me com chuva e com nevoeiro. Mas a alma é a mesma. Nada altera aquele espírito. Os cariocas têm o coração cheio...são divertidos, e são os reis da descontracção. Aquecem-nos com o deu samba e com o chopp gelado. Lá não se veem palitós nem gravatas, mas muito calção e havaiana no pé. Vivem a vida com uma alegria de fazer inveja. 

Desta vez consegui ir ao Maracanã, já que no ano passado as obras para a Copa ainda não tinham terminado. Gostei, mas não sei, gostava de ter conhecido a mística antes das obras, tal como gostava de ter conhecido o Estádio da Luz antes do Euro 2004. Não é a mesma coisa...

Fui também ao Museu de Arte Contemporânea do Rio, do outro lado do Rio, em Niterói, a Almada lá do sítio. Faz parte do roteiro do Niemeyer e merece ser visitado.

Deixo-vos aqui algumas fotos. 

Beijinhos











Bons amigos são sempre bons amigos, independentemente da distância :) Dois anos que afinal pareceram dois dias ;) 

Niterói sem Filtro

Nevoeiro e com filtro do Insta









Tom Jobim :)




Daniel Oliveira sobre a Crise Demográfica

Há décadas que Portugal assiste a uma tragédia demográfica. Ela resultou, inicialmente, de boas notícias: a chegada lenta à modernidade, com a correspondente liberdade das mulheres e a sua entrada no mercado de trabalho, o planeamento familiar, o fim do trabalho infantil e mais exigência na educação e acompanhamento dos filhos. Mas Portugal viveu, desde o início dos anos 70 até hoje, um curto-circuito, em que essa chegada à modernidade não foi suficiente para mudar alguns elementos fundamentais da sua estrutura social e económica. O que resultou na convivência duma maior liberdade de escolha com condições materiais pouco favoráveis a níveis demográficos aceitáveis.
A permanente tendência de queda demográfica acentuou-se ainda mais a partir de 2010, tendo o índice sintético de fecundidade passado dos 1,35 crianças por mulher, em 2011, para 1,28, em 2012. Seriam necessários 2,1 para garantir o equilíbrio demográfico. Somos o quinto país da Europa com mais baixas taxas de natalidade. Um dos piores do mundo.
A esta crise de natalidade veio juntar-se outra: a da emigração. E quem parte é jovem, o que virá a ter efeitos ainda mais profundos na natalidade. Só em 2012, Portugal perdeu 121 mil portugueses para outros países, números que só conseguimos encontrar nos anos 60. Mais do que os nascimentos, que nem chegaram aos 90 mil, com uma queda de 7,2% em relação ao ano anterior. Tivemos mais 17.771 mortes do que nascimentos, uma diferença três vezes acima do que se tinha verificado em 2011. Ou seja: o saldo natural é mau, o saldo migratório, que até 2010 era positivo, é aterrador. Por fim, para piorar um pouco mais a coisa, tivemos a partida de muitos imigrantes, que eram responsáveis por 10% dos nascimentos.
As razões da emigração conhecemos bem. E elas não parecem preocupar grandemente o nosso governo, que, povoado de idiotas, até aconselha os jovens a saírem da sua "zona de conforto". Já as razões da queda acentuada da natalidade merecem mais atenção. Vale a pena analisar os dados do Inquérito à Fecundidade, realizado este ano por INE e Pordata. A fecundidade realizada era, no momento do inquérito, de 1,03 por pessoa. As pessoas desejariam ter, em média, 2,31 filhos mas esperam conseguir ter apenas 1,77. Não há grandes diferenças de género, idade e grupo social nestes dados. Sendo certo que pessoas de escolaridade superior esperam desejam ter mais filhos do que as de escolaridade mais baixas. Interessa saber quais são as razões para a discrepância entre o que se tem, o que se espera e o que se quer.
A principal razão pela qual a maioria dos homens e mulheres não tem filhos são os custos financeiros (68%) e, logo depois, a dificuldade em conseguir emprego (próximo de 54%). Para os que já têm filhos e pensam vir a ter mais as razões mais importantes para ficar por aí são as mesmas. No primeiro caso 84%, no segundo 52%. Já se ter os filhos que se queria também aparece, claro, neste caso, com destaque.
Segundo o inquérito, medidas que se traduzam no aumento de rendimentos das famílias com filhos são as que mais pessoas esperam do Estado para que se promova a natalidade. Como reação a estes números, o ministro Pedro Mota Soares já veio prometer um tratamento fiscal "amigo da família". O que não deixa de ser curioso, quando sabemos que cerca de meio milhão de crianças perderam o direito ao abono de família só nos últimos três anos. Isto quando o Estado português gasta apenas 1,5% do seu magro PIB no apoio económico às famílias e a média dos países da União Europeia é 2,3%. Cortar aqui é a demonstração duma política que parece apostar no suicídio assistido da nação, na suposta ideia de que a está a salvar.
Logo depois dos rendimentos, surgem, no inquérito, as questões relacionadas com as condições de trabalho. Se olharmos para a França e para a Suécia, que conseguiram inverter uma queda demográfica com políticas públicas, vemos como, para além dos apoios financeiros e serviços de apoio à infância, os períodos alargados de licença de parto paga tiveram um papel central. Acontece que a maioria dos jovens portugueses tem um quadro laboral ou instável ou inexistente. Não é possível ter este tipo de políticas num ambiente de precariedade ou com a permanente ameaça do desemprego. Pelo menos em momentos de crise, só é possível promover a natalidade promovendo a segurança laboral. Não se pode ser "defensor da família" e da desregulação das leis do trabalho, em simultâneo. Não há, muito menos em tempo de crise, crianças a nascer no meio duma completa incerteza e imprevisibilidade. É neste contexto, para além de tantas outras considerações de ordem política e social, que o processo de desregulação laboral ganha contornos de absoluta irresponsabilidade.
Se nada fizermos, Portugal vai transformar-se num país fantasma. Deixará muito brevemente de ter massa critica para o funcionamento da sua economia e recursos para garantir a sobrevivência física dos inativos. Ou seja, todos os esforços que estamos a fazer, mesmo acreditando no delírio de que têm como objetivo garantir a sustentabilidade da economia e do Estado, serão comidos por esta sangria da população ativa. Se a ideia é salvar o país, não tem de sobrar algum país para ser salvo?


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/demografia-que-pais-sobra-para-salvar=f843974#ixzz2mcl3LVQm

" O Estado das Coisas" Adriano Moreira no DN do dia 3

Todos os males que afetam a sociedade portuguesa estão enumerados, repetidos, lamentados, e são suficientemente graves para que se lhes acrescente, e aprofunde, a divisão entre os que conjuntamente partilham o sofrimento da época que lhes aconteceu viver. A regra histórica é de que os governos se acusam reciprocamente do passado que herdam e nunca do que deixaram, salvo quando acode a lembrança de atribuir ao povo os defeitos que impediram a boa governança, o que levou um pessimista a sugerir a mudança de povo.
A situação atual não ameaça que tão radical proposta seja adotada como programa de governo, mas a emigração forçada pelas carências, e indesculpavelmente pelos conselhos de quem tem deveres diferentes, todos os dias diminui esse povo que é necessário governar, e que também recusa fazer crescer a natalidade porque não arrisca ser responsável pelo sombrio presente e futuro dos filhos.
Nesta circunstância, aprofundar o número de fraturas da comunidade, doutrinando no sentido de colocar os jovens contra os velhos, os empregados da iniciativa privada contra os funcionários, os poderes locais contra a governança central, é uma contribuição dispensável, porque a desordem mundial encarrega-se designadamente de promover os conflitos que agravam a capacidade de resposta local às exigências de ter um novo futuro com paz e esperança.
Isto significa que sendo o núcleo do problema que angustia a comunidade, a qual não está isolada nesta condição, ter trabalho e pão na mesa, o estado das coisas torna evidente que as fraturas na estrutura e articulação dos órgãos de soberania são mais profundas e inquietantes do que as que o modelo europeu já conseguiu, por toda a Europa, causar na sua relação com as sociedades civis.
É por isso que a reforma do Estado cada vez menos se confronta com a simples gestão dos serviços do Estado, e que a busca de um remédio anda enredada na pergunta, sem resposta, de analistas, e que se traduz em averiguar se o Estado que conhecemos ainda é a invenção capaz de governar, quando lhe aconteceu o "cisne negro" do globalismo, sem experiência histórica anterior que ajude a formular uma solução. Razão suficiente para entender que a proposta governamental posta em exame seja suficientemente vaga para conseguir orientar a busca da nova governança, com a vigente irremediavelmente dividida em fações, cada uma enfrentando o problema de compreender o mesmo cisne negro, e reformular a estrutura e referências específicas de cada uma.
As manifestações populares não enquadradas são todavia um sinal dessa exigência, e o apelo, esquecido, do modesto cidadão que se dirigiu ao provedor de Justiça, pedindo o reconhecimento do seu direito de resistência porque não tem recursos para sustentar os filhos e portanto nenhuns para sustentar o Estado que temos, merecia uma resposta audível pela comunidade que começa a ter conhecimento, direto ou indireto, da opinião de Jefferson quando, já depois de Filadélfia, lhe foi comunicado para Paris, onde estava como embaixador, que essa resistência se manifestava na recente independente América: respondeu que ainda bem, a bem da defesa dos princípios.
Agora trata-se das lembradas necessidades vitais, do pão de cada dia, do trabalho honrado, da dignidade, tudo coisas que são do interesse público, não são do interesse dos poderes anónimos que governam as finanças mundiais, e fazem da especulação imaginativa a sua especialidade, e do interesse privado o seu credo.
A nossa casa europeia está dividida, a nossa casa portuguesa está dividida, a sociedade civil, que é antes de mais uma comunidade de afetos a preservar, espera que um dos centros de poder tome a responsabilidade de chamar à visão da realidade, antes que a governança se veja compelida a assumir a decisão de afastar responsabilidades no desastre, que vai envolvendo o Sul mediterrânico e ameaça o Ocidente.
Uma das vias mais evidentes da urgência de assumir uma atitude renovada está em que os caminhos que os povos do Norte desceram até ultrapassar o limes romano, são agora os que os do Sul sobem como emigrantes em busca de futuro.


Henrique Monteiro em resposta a Ricardo Costa : Sobre a importância do 1 de Dezembro e sua celebração

Hoje sou eu a criticar Ricardo Costa
Mas o Ricardo não tem razão. É uma coisa que lhe acontece (como a todos) de vez em quando. Não tem por dois motivos:


"Não devemos brincar com datas históricas, fundamentais à identidade nacional, como se isso só dissesse a respeito aos que agora cruzam a pátria". A frase é bonita e foi ontem escrita pelo diretor deste jornal para criticar um texto meu. Aposto que muitos leitores acham que fazemos de propósito para atrair audiências, mas não. Apesar de sermos amigos, não combinámos.
1)      O Governo não extinguiu o feriado do 1º de Dezembro por nada de especial, mas apenas porque alguém meteu na cabeça da troika que era preciso extinguir feriados. Dois religiosos e dois civis. Civis só havia à mão o 25 de Abril, o 1º de Maio, o 10 de Junho, o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro. Como não podia acabar com o dia da Liberdade nem com o do Trabalhador; como o 10 de Junho fora recuperado como dia de Portugal (a substituir o da padroeira, Imaculada Conceição, Rainha de Portugal, dia 8 de Dezembro que era celebrado desde 1646); tendo-se-lhe ainda juntado o dia de Camões e das Comunidades, baseado numa semi-lenda, a da morte de Camões, nesse dia, em 1580, pouco antes de Portugal passar a ter Filipe II de Espanha como rei, extinguiram-se os dois restantes - República e Restauração. Mas pensar, ou sequer insinuar, que o Governo andou às voltas com problemas de identidade nacional é conferir-lhe um pensamento sobre algo que por aqueles lados não existe;
2)      O 1º de Dezembro, como tentei relatar, é uma construção feita mais ou menos há 150 anos e não fundamental à nossa identidade. O 24 de Julho (data do desembarque dos liberais em Lisboa) ou o fim do cerco miguelista ao Porto, em agosto do mesmo ano, seriam mais importantes. Para não falar do 11 de Novembro (feriado em quase toda a Europa) quando terminou a I Grande Guerra; ou mesmo o 9 de Abril, data da batalha de La Lys em que perdemos tantos soldados. Estas são datas reais de heroísmo popular e não construções "à medida" de quem delas se quer aproveitar.
Vamos agora à parte em que Ricardo Costa tem razão. A maioria dos feriados "assenta muito mais numa representação construída (à medida de quem serve e, naturalmente, o celebra ou simplesmente goza)". Por isso mesmo o 1º de Dezembro foi sempre à medida de ultra-nacionalistas e era o feriado mais reacionário do nosso calendário civil. Se fosse eu a mandar, também não o extinguia (porque não são mais três ou quatro feriados que provocam a nossa baixa produtividade), mas sinceramente não me ponho a chorar por se deixar de comemorar a data. Mas isto, claro, são diferenças entre quem teve de aguentar os tempos antes do 25 de Abril e quem só já viveu depois, como o Ricardo.


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/chamem-me-o-que-quiserem=s25609#ixzz2mcfaO89X

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Opinião sobre o Irão, por Matthew Kroenig

As grandes potências mundiais chegaram esta noite a acordo com o Irão, que se comprometeu a não enriquecer urânio acima de 5% durante seis meses em troca do alívio de sanções, informou a Casa Branca.
 Em comunicado divulgado após o anúncio do acordo entre o Irão e as seis potências mundiais (membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha), em Genebra, a Casa Branca indicou que o Irão também se comprometeu a desmantelar "os conetores técnicos" que permitem tal enriquecimento.
Com este compromisso, as potências garantem o alívio das sanções contra o Irão, avaliadas em sete mil milhões de dólares, durante os seis meses, mas se o país não cumprir por completo o acordo as sanções voltarão a entrar em vigor.
No âmbito do acordo alcançado, o Governo iraniano comprometeu-se a parar o enriquecimento de urânio até 20% e só poderá fazê-lo abaixo de 5%, apenas o suficiente para o seu uso civil, a não expandir as centrais nucleares de Fordo e Natanz e a parar a construção da central de Arak, onde se poderia produzir plutónio.
"Isto significa que os 200 quilos de urânio enriquecido a 20% [reservas que o Irão possui atualmente] serão zero em seis meses", disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em conferência de imprensa realizada em Genebra esta noite, ao explicar que essas reservas serão diluídas.


BY MATTHEW KROENIG


The interim deal is, as Secretary of State John Kerry has said, only a "first step." It is to remain in place for six months until a "comprehensive" accord can be reached. In other words, now comes the hard part. 

So, where will we be six months from now? 
There are three possible outcomes. First, the two sides might successfully negotiate a comprehensive deal that succeeds in dismantling the Iranian nuclear threat. This would be the best possible outcome, but, given the outstanding differences mentioned above, it is also the least likely.
The second possibility is that the six-month interim deal expires without an accord and the two sides agree to extend the terms of the interim deal. Over time, therefore, there is the danger that the interim deal becomes permanent. (Also in this category would be the possibility that we reach a weak "comprehensive" pact that does not go much beyond the interim arrangement). This outcome should be avoided. As long as such an arrangement is strictly enforced, it would at least prevent Iran from making the final dash to a nuclear weapon, but it would leave far too much of Iran's nuclear infrastructure in place for comfort, amount to a de facto recognition of Iran's right to enrich, and set a dangerous precedent for nonproliferation policy. Moreover, the tough sanctions regime now in place cannot hold forever, and over time the pressure on Iran to uphold its end of the bargain will dissipate.
Finally, and at least as likely as the others, is the possibility that the interim deal begins to unravel after six months, or perhaps even before, and Iran resumes its steady march toward nuclear weapons. In this event, Congress must pass the tough sanctions bill it is currently marking up and the international community must prepare to take military action. 
Because nothing in this recent flurry of diplomatic activity changes the basic fact that, as President Obama has stated many times, a nuclear-armed Iran is "unacceptable" and the United States must do "everything that's required to prevent it."
Ler mais : aqui ; 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Soares

Mário Soares é um dos protagonistas da semana, e não pelas melhores razões. Sou uma admiradora sua, compreendo que junte quem ele quiser pela defesa da Democracia-que ele próprio ajudou a construir- da Constituição e do Estado, mas acho que tem falado de mais. Não lhe fica bem. Nada bem. 

Eu também tenho criticado Cavavo e a sua postura nos últimos tempos, temos esses que exigem um chefe de Estado presente, firme nas suas posições e que possa transmitir confiança aos portugueses. Mas eu sou eu, já um ex-presidente não pode fazer certos comentários. 

Ontem foi mais um desses dias, quando até, vejam bem, Soares pré justificou atos de violência que possam vir a ocorrer. 

Sobre isso escreveu-se hoje: 

O que se passou na última noite em Lisboa é grave e não pode nem deve ser desvalorizado. É claro que em democracia somos todos livres de exprimir as nossas opiniões, sejam ou não politicamente correctas – não é isso, portanto, que aqui se coloca em causa.

O que está em causa é saber com que legitimidade um dos “pais” da nossa democracia e ex-presidente da República usa a responsabilidade que lhe advém do seu passado e do cargo que exerceu, para pedir a demissão do governo e do Presidente da República, só porque não concorda com a sua forma de exercer o poder.

Soares vai mais longe e numa ameaça disfarçada de aviso diz: “É melhor demitirem-se agora enquanto ainda podem ir a pé para casa”, porque senão será tarde demais. Tarde demais para quê?

O que está em causa é saber com que legitimidade centenas de agentes das forças de segurança em manifestação se arrogam o direito de desautorizar os seus colegas em serviço, rompendo a barreira que os impedia de chegar à porta do Parlamento e depois, a dois passos da porta dizerem que não querem fazer mal, é só um aviso. Aviso de quê?

Acaso os agentes de segurança, capitaneados pelos organizadores do encontro das esquerdas nos estão a querer dizer que, daqui para a frente, ou é com as regras e acordo dos próprios ou acaba-se a democracia?

Será que o Dr. Soares, tão zeloso da independência, legitimidade e do respeito pelo Tribunal Constitucional, acha desprezível o papel das forças de segurança num Estado de Direito Democrático e, portanto, aplaude a manifestação de ontem? E achará ele que a legitimidade que tantas vezes o elegeu não é assim tão legítima quando elege aqueles com quem não concorda e, portanto, pode ser violada?

E as chamadas forças de segurança acharão, porventura, que alguém se sente protegido aos seus cuidados depois do espectáculo que deram aos portugueses?

É pena que, além da vida muito difícil que enfrentam, os portugueses juntem a isso o triste espectáculo de ontem à noite. Em democracia, é suposto que quem não está de acordo, sobretudo se tem responsabilidades políticas, apresente alternativas e a única que ontem ouvimos é demagógica e irrealista.

Se, os que ontem se juntaram na Aula Magna, apenas têm para dizer ao país é “acabe-se com a austeridade porque a violência está à porta”, esse é o principal sinal de que o país vive uma gravíssima crise democrática, seguramente pior do que a crise económica e financeira.
  Raquel Abecasis (rr)


Também esta semana escreveu sobre Mário Soares, José António Saraiva: 

 (...) Outra coroa de louros de Soares tinha que ver com o modo como evitara a bancarrota em 1983, quando era primeiro-ministro, impondo (com a ajuda de Ernâni Lopes) uma corajosa política de austeridade.  
 Ora, as violentas críticas que agora faz à austeridade ofuscam de certo modo esse seu feito, lançando legítimas dúvidas sobre a convicção com que agiu naquela época.  Mas a história não acaba aqui.  A imagem de marca que Soares construiu no período escaldante do pós-25 de Abril foi  a de um político pragmático e moderado, que não embarca em aventuras e não se deixa tentar pelas ilusões revolucionárias, muito em voga nos meios intelectuais daquela época. Ora, a linguagem radical e descabelada que agora utiliza, e a participação em manifestações frentistas de braço dado com o PCP e o Bloco de Esquerda, está a apagar essa imagem moderada. Finalmente, em 1975, quando o PCP dominava a rua e promovia sucessivas manifestações para assustar e condicionar o Governo, Soares insurgiu-se contra o ‘poder popular’, afirmando o primado do voto nas urnas sobre as acções de rua, e bateu-se pela realização de eleições.  Ora, hoje afirma que o actual Governo, saído do voto, é «ilegítimo» – e valoriza sobretudo os desfiles nas ruas e as manifestações anárquicas de descontentamento.  
(...) Nessa tarefa de destruição sistemática colaboram jornalistas sem grandes escrúpulos que sabem que, quando lhe colocam um microfone à frente, Soares não resiste a falar e diz normalmente uma bojarda qualquer.  José António Saraiva (sol) 

Antes dos episódios de ontem, Ricardo Costa (sic/expresso) também escreveu sobre o assunto, falando da "obsessão" de Soares por Cavaco: 

Mário Soares é o político português que mais admiro e, seguramente, o político que mais gostei de acompanhar em reportagem. É dos poucos portugueses a quem se pode aplicar, sem exagero, a expressão bigger than life. O seu sentido político, a capacidade de luta em momentos-chave da nossa história e a força de ver além da espuma dos dias foram demonstrados vezes sem conta.
A minha admiração por Soares nunca me impediu de o criticar abertamente por várias razões: quando tentou impedir Jorge Sampaio de lhe suceder, quando deu cabo da sua eleição para presidente do Parlamento Europeu com declarações misóginas, quando resolveu candidatar-se a um terceiro mandato como PR, quando tentou humilhar Manuel Alegre e acabou humilhado, quando promoveu descaradamente a candidatura errática de Fernando Nobre por pura e simples vingança, quando andou ao colo com Pedro Passos Coelho e Miguel Relvas porque desprezava Ferreira Leite e quando começou a dizer frases absurdas ao jornais dia sim dia não.
Muitos destes "erros" são recentes, mas há um que persiste desde 1985. Mário Soares nunca gostou de Cavaco Silva - o que é normal -, mas sempre o desvalorizou, o que é um erro político primário. Um erro que conduziu Mário Soares a vários acidentes circunstanciais e um ou outro de maior dimensão. Soares nunca atribuiu a Cavaco Silva as duas maiorias absolutas do PSD, sempre achou que foram episódios promovidos pelas aselhices de Constâncio e Sampaio, líderes do PS em 1987 e 1991, e pelo desaparecimento do CDS. Nunca percebeu que uma grande quantidade de portugueses associavam diretamente Cavaco a uma época de prosperidade e que o viram, na altura, como a pessoa que melhor corporizava os benefícios da adesão à CEE, justamente promovida por Mário Soares. De forma não declarada, sempre alinhou com a direita mais tradicional e conservadora no julgamento sumário de um homem vindo de Boliqueime que não sabia estar à frente de uma televisão ou num jantar de Estado. Curiosamente, o único socialista que alguma vez derrotou Cavaco Silva foi outra pessoa que Soares nunca levou a sério, Jorge Sampaio. Mas Sampaio sempre levou Cavaco muito a sério.
Hoje à noite, é bem provável que possamos assistir a uma nova fase da obsessão de Soares por Cavaco. Ao que se vai ouvindo, porque Cavaco se devia demitir "por não defender a Constituição" (sic). Não sei se as pessoas que hoje vão encher a Aula Magna sabem quantos pedidos de fiscalização, preventiva e sucessiva, o Presidente enviou ao Tribunal Constitucional. Nem se conhecem o teor dos textos, ou sequer as declarações públicas de Cavaco sobre a Constituição e os juízes do TC. Presumo que não. Espero apenas que o PS tenha algum juízo e não se ponha a secundar Soares neste golpe de Estado discursivo. É que em 2015 dois meses depois do PS chegar ao Governo, a Aula Magna vai voltar a encher-se para pedir a cabeça de vários ministros socialistas. E, naturalmente, a cabeça de Cavaco que, por essa altura, ainda vai estar em Belém.

Acho que Soares deveria pensar um bocadinho mais antes de falar nos próximos tempos. Liberdade de expressão e democracias á parte, está a fazer cair toda a consideração que muitos portugueses ainda têm por ele.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Fotografias

Adoro fotografia e adoro fotografar. Não sou a melhor fotografa, nem tenho a melhor câmara. (Quem sabe um dia, saiba fotografar á seria e compre uma máquina melhor :P). Mas há fotos que me saem bem (digo eu:p), e gostava de partilhar as minhas preferidas do ano convosco.

Aqui ficam, provavelmente já conhecem todas, mas são as minhas escolhidas deste ano de 2013.


São Paulo, Outubro, BR

Puerto de Málaga, Março, ES

Setúbal, lugar de muitas viagens de infância, revisitado no Verão, PT

O primeiro Real Madrid- Barcelona, Janeiro, ES

Pôr de Sol, Novembro, SP, BR

Templo de Debod, Maio, ES

Porto, Julho, PT

Londres, Junho, ING

Granada, Setembro, ES

Londres, Junho, ING

Agosto, Algarve, PT

Douro, Setembro, PT

Gran Via, Junho, ES

Segovia, Março, ES

Checkpoint Charlie, Fevereiro, Berlim, AL

Calle Marques de Laria, Março, Malaga, ES

Pantanal, Novembro, MT, BR

La Rambla, Abril, BCN, ES

Monumento ao Holocausto, Fevereiro, Berlim, AL

Janeiro, Madrid, ES

Victoria Station, Junho, Londres, ING

MACB, BCN, Abril, ES

Março, Lisboa, PT

O Tejo, Lisboa, Março, PT

Londres, Junho

Madrid, ES

Vista sobre o Douro, Junho, PT

Porto, Abril, PT

Agosto, Póvoa, a minha futura casa, PT

Plaza de España, Sevilla, Setembro, ES

Março, Lisboa, PT

Agosto, Moledo, PT

Lisboa, sem filtro, Outubro, PT

Madrid, Julho, ES